Análise de Causa Raiz


Introdução

Muitas vezes, quando analisamos um risco, podemos ter uma ideia ou opinião de qual seja a sua causa, mas se olharmos com mais atenção veremos a realidade é outra. A análise de causa raiz (ACR) é o processo pelo qual compreender essa realidade os fatores mais profundos que geram riscos, para poder implementar as soluções mais eficazes.

Ela é a ponte entre a identificação de riscos e a ação para tratar os riscos em direitos humanos, e deve ser realizada antes de qualquer decisão sobre as ações a serem tomadas.


Ajuda uma empresa a olhar além das causas superficiais para identificar as questões sistêmicas que precisam ser abordadas para que mudanças duradouras e significativas sejam alcançadas e para identificar organizações e pessoas que precisam fazer parte das ações.

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Metodologias para a ACR

A análise de causa raiz pode ser realizada utilizando diferentes metodologias, como as três apresentadas abaixo. A escolha da metodologia deve ser feita com base no contexto da empresa. Sua empresa já utiliza alguma delas para analisar outros temas? Essa será a metodologia mais adequada para você!

5 porquês

Os 5 porquês são uma técnica interrogativa iterativa usada para explorar as relações de causa e efeito por trás de um problema específico.

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Diagrama de Ishikawa

Também conhecido como diagrama de espinha de peixe, é uma forma altamente visual de criar e visualizar múltiplas causas e efeitos em resposta a problemas.

A metodologia dos 5 porquês

•Um esquema para analisar as informações obtidas através de uma avaliação de riscos em direitos humanos e identificar onde uma empresa pode agir.

•A tomada de decisões é feita com base em uma compreensão profunda do que está acontecendo na realidade.

•Mais eficaz quando as respostas vem de:

•Pessoas com experiência prática sobre o problema.

Múltiplas perspectivas (não de apenas um ator).

•A natureza iterativa dos 5 porquês significa que você se aprofunda a cada etapa em direção às causas raiz.

Apresentamos aqui um fluxograma com o passo a passo para implementar os 5 porquês:

Junte a equipe

A análise deve ser realizada por um grupo diverso, com pessoas que tenham contatos com diferentes realidades (indústria, campo, fornecedores, comunidade) e possam fornecer informações para diferentes cenários. As partes interessadas externas devem ser incluídas sempre que for possível, isso permite integrar uma visão que as pessoas da usina talvez não tenham.

Próximo passo após análise

Defina ações

Para cada causa raiz em que a usina tem influência, defina ações para endereçá-las. Identifique em que escopo as ações são necessárias (ações sobre operações próprias, sobre a cadeia de fornecimento, ou ações colaborativas com outros atores). Além de novas ações, considere ações e iniciativas que a usina já implemente.

Defina um problema claro

Selecione o risco para a análise e defina o problema relacionado a ele em uma frase clara, para que se torne concreto e específico.

A equipe deve, então, listar todos os detalhes que se sabe sobre o problema.

Elenque as causas raízes

Identifique para quais causas a usina tem real influência direta ou que pode alcançar a mudança por meio de apoio ou influência a outros atores.

Neste momento, identifique todos os atores que têm um papel em endereçar a cada causa, e seus papeis. Isso ajudará na definição de ações colaborativas.

Exemplo

Gráfico de Pareto

Uma ferramenta que gera um gráfico de barras listando os diferentes componentes de uma questão e colocando-os em ordem decrescente, desde o que tem maior impacto até o que tem menor impacto.

Pergunte os “por quês”

As respostas para cada por quê deve ser baseada em informações existentes e deve parar quando uma resposta não possa ser dada sem mais investigações.

Pode haver menos que 5 porquês, desde que seja possível identificar causas sistêmicas que permitam a definição de ações.

Explore diferentes caminhos

Selecione um item/caminho a partir dos detalhes listados pela equipe e siga por esse caminho até o fim. Pode haver “bifurcações” e um “porquê” ter mais de uma resposta. Anote e, se possível, explore todos, um de cada vez, para que se alcance um resultado significativo com diferentes causas.

A importância da consulta à partes interessadas

Capturar a percepção de diferentes partes interessadas e permitir a discussão de um problema é muito valioso para garantir que você tenha o conhecimento necessário para aplicar as metodologias escolhidas e explorar ações de mitigação.

Uma ACR pode ser construída em conjunto durante uma oficina com um grupo de partes interessadas, podendo incluir detentores de direitos e seus representantes como comunidades vizinhas, trabalhadores, pequenos produtores, trabalhadores migrantes, mulheres trabalhadoras, sindicatos e ONGs.

Para isso, a presença de uma terceira-parte facilitando o processo é relevante.